Monday, May 31, 2004

Ainda acabam a cuspir no chão

Sendo social democrata, tenho a tendência (forte) de ser um franco-atirador. E isto porque, sendo razoavelmente liberal na vida privada, exijo rigor e seriedade na vida pública.
Vem este arengar a propósito das eleições europeias que se avizinham. Ao contrário de muita gente, não tenho nenhum problema com João de Deus Pinheiro. Sendo-me uma personagem razoavelmente indiferente, tem pelo menos a vantagem de ter experiência no que à política europeia diz respeito. O que não invalida que o Barnabé tenha razão nas questões abordadas no 'post' sobre a Carta de João de Deus Pinheiro. É que era suposto, realmente, estar-se a falar de Europa e não vejo nenhum dos candidatos a falar sobre tal assunto.
Vejamos. Sousa Franco terá responsabilidade nos problemas orçamentais actuais? Eventualmente. Mas parece-me razoável pensar o seguinte: 1) Pina Moura e Oliveira Martins terão muito, mas mesmo muito, mais e 2) o PS já foi julgado e punido pelo eleitorado por isso, para o caso de no PSD se terem esquecido disso. Se há coisa que me irrita é ver o meu partido, tal como o PC e o Dr. Cunhal há uns anos atrás, sempre com a mesma conversa.
Fale-se de Europa. E se os portugueses estão pouco interessados, então talvez os políticos devessem pensar na melhor forma de fazer passar a mensagem e não abandonar o debate que se pode e deve fazer a propósito da Europa e enveradar pelo insulto torpe em que esta campanha se está a tornar.
AR

Friday, May 28, 2004

As Comadres

MF, dos Net Pulhas, escreveu um post belíssimo (e ácido) intitulado "As Comadres". Como tantas outras vezes, voltei a Coimbra, à minha infância.
Na estreita azinhaga onde morava, a minha avó sentava-se muitas vezes à porta, no final dos quentes dias de verão, quando o ar morno convidava a saír de casa e o dia ía desaparecendo aos poucos, em tons entre o amarelo e o laranja. O ritual era sempre o mesmo: espreitadela para fora, regar a terra do caminho, para refrescar e não deixar levantar a poeira, e um banco de madeira, feito pelo meu avô, amarelo com o assento debruado a vermelho (ainda se podem encontrar, esses mesmos bancos, na casa dos meus pais). Poucos minutos depois, vinham as vizinhas. A Srª Aurora, com quem a minha avó estava zangada quase em permanência mas que, por obra de qualquer força misteriosa, sempre se juntava ao grupo. Era a mais velha e ligeiramente marreca, muito magra, fazendo-me lembrar, vá-se lá saber porquê, a Madre Teresa. Passava o dia em permanente arrelia com os netos: a Guidinha, que sofria de atraso mental mas que participava sempre nas nossas brincadeiras de gaiatos, e o Carlitos, fã de ciclismo e que fazia corridas no chão da sala com umas miniaturas de plástico daqueles atletas. A D. Bela também vinha. Ficava na janela de uma porta (isso mesmo) lateral que dava para a azinhaga. Trabalhava no Hospital e por isso, sendo Coimbra, era a mais considerada do grupo. Era a avó do Tó Mané, o meu melhor amigo da infância que não vejo desde os 17 anos (creio que casou, entretanto) e a Ana, que fazia 'parelha' com o meu irmão e perdia sempre nos jogos de cartas e de monopólio. E a D. Florinda, mãe do João, que era da idade do meu irmão e é ainda hoje um dos seus melhores amigos, continua a viver em Coimbra e se formou em Contabilidade.
Tirando a D. Florinda, que era de longe a mais nova e anda agora pelos sessenta e picos, as Comadres morreram todas. A primeira foi a Srª Aurora, à data com cerca de noventa anos, depois a D. Bela, com setenta e qualquer coisa, e finalmente a minha avó, com oitenta e seis.
A azinhaga está hoje abandonada, as casas pouco mais têm que as paredes e a erva cresce, viçosa, no caminho de terra. Mas parece-me às vezes que, ao longe, de quando em quando, ainda ouço as Comadres a tagarelar entre si nos fins dos dias dos verões do meu contentamento.
AR

Luz no fundo do túnel

Finalmente, ao fim de três meses de uma luta incessante com bancos, conservatórias e repartições de finanças, tenho marcada a escritura da minha futura casa. 22 de Junho. O primeiro dia do resto da minha vida.
AR

Thursday, May 27, 2004

Apesar do atraso ...

... os meus agradecimentos a Cruzes Canhoto, Alcabrozes, Net Pulhas, Asul, Montanha Mágica e Particulas Elementares (enfim, este último não conta. Ai dele ...) pelos links e simpáticas referências ao nascimento deste espaço.
AR

Pérolas

Duas pérolas de dedicados adeptos portistas.
Uma senhora já entrada na idade, na televisão, sobre os monegascos: "O Porto é o maior. Até os comemos de cebolada e escabeche!"
Na rádio, um cavalheiro em delírio:"Dizem que o Porto é uma nação mas não é. O Porto é um planeta!"
Vox populi ...
AR

Desejo satisfeito

Ao F.C.P.: Parabéns. Não há mais nada a dizer.
AR

Wednesday, May 26, 2004

Eu também não quero acreditar

Compreendo que o Governo pondere a hipótese de avançar com a requisição civil caso os agentes do SEF mantenham a greve para todo o período do Euro. Mas também compreendo que os agentes daquele serviço ponderem essa forma de luta para aquele período, face às dívidas de alguns milhões de Euros que o Estado tem para com eles e que parece não querer pagar.
Entendamo-nos: o Estado só tem o direito de exigir quando cumpre. E quando o Sr. Ministro Arnaut vem dizer que não quer acreditar que se pretenda prejudicar o país com as greves na altura do Euro 2004, deveria antes de mais dizer que não quer acreditar que se exija aos funcionários que trabalhem sem se pagar o que lhes é devido.
AR

... Trancas à porta!

As nossas fronteiras estão fechadas. Parabéns! Sinto-me agora muito mais seguro.
É verdade que os Estados Unidos são uma fortaleza há já muitos anos e que, ainda assim, lhes atiraram uns aviões contra uns prédios. É também verdade que os atentados de grande envergadura são preparados com meses ou mesmo anos de antecedência. Mas sinto-me mais seguro porque agora estamos a pedir os Bilhetes de Identidade a quem entra e a quem sai.
Ainda bem que me sinto muito mais seguro, senão tinha que dizer que se há coisas estúpidas esta de fechar as fronteiras é uma delas.
AR

Desejo

O F.C.P. joga hoje. Apesar de não ser a minha simpatia clubística (longe disso), desejo as maiores felicidades à melhor equipe portuguesa da actualidade, e que nos traga a Taça, que todo o país de futebol beneficia com isso.
AR

Tuesday, May 25, 2004

Carta

Querida Lídia,

Espero que esta carta te vá encontrar bem. Por aqui tudo segue na mesma, os dias seguem o seu curso, ronronantes, entre algum Sol e alguma chuva.
A cidade ainda está cheia de gente, mas as férias aproximam-se e espero vê-la vazia em breve.
Penso muitas vezes no Verão passado. Penso na relva fresca em que nos sentávamos, debaixo do salgueiro, e onde fazíamos aqueles lanches infindáveis. Penso nos passeios que dávamos pelo caminho entre o bosque e o lago, onde as rãs faziam um barulho insuportável, de que bastas vezes sinto falta, e o calor era afastado pela frescura da água. Nos dias cinzentos de Inverno, quantas vezes essas imagens me deram força e alento para enfrentar a chuva, o trânsito, as multidões de gente apressada.
Lembro-me também muitas vezes do teu riso fresco. Tantas vezes o ouço na solidão das minhas noites. Tantas vezes acordo de madrugada com a certeza absoluta de que o escutei e que te encontras ali mesmo, à porta do meu quarto.
Ocorrem-me também os bilhetes que trocávamos. Os que não interessavam e cairão no esquecimento, e os que tiveram significado. Mas, principalmente, ocorrem-me os bilhetes que não escrevemos, pois são esses que falam mais alto.
Tu sabes, Lídia, como as mais das vezes fala aquilo que se não diz. E tanta coisa dissemos no que não falámos!
Vai mais longa esta carta do que pretendia. Volto a escrever para a semana, se quiseres e não te importares com os lamentos de um tolo.
Do teu, sempre

AR

Divagações

Por muitas voltas que se dêem, a História não se apaga. Estaline tentou, até modificou fotografias, mas de nada lhe serviu.
George W. Bush não percebeu. A demolição da prisão de Abu Ghraib não vai apagar a vergonha dos comportamentos dos soldados americanos no Iraque. Nem a nossa.
AR

Monday, May 24, 2004

Em terra de cegos ...

Michael Moore recebeu um dos prémios de cinema mais importantes. Parabéns.
AR

A ver ...

O Barnabé. Ácido e inteligente.
AR

Para dizer isto ...

João César das Neves, na sua crónica de hoje no DN, defende acérrimamente a família como instituição basilar da nossa sociedade. Em termos gerais concordo com ele quando diz que "... a família é a forma natural e eficaz de promover a educação, saúde, felicidade e combater o crime, injustiça e violência".
Mas na linha de outras afirmações, JCN diz coisas verdadeiramente notáveis, como esta: "A família, (...), foi contestada como opressiva, preferindo-se a liberdade de costumes, promovendo-se promiscuidade, adultério, luxúria." Daqui entendo que ele entende que liberdade de costumes resulta em promiscuidade e adultério e luxúria. E a seguir diz mais isto: "Hoje a legislação gira em volta destes temas, do divórcio ao aborto e eutanásia, da promoção da contrecepção à clonagem e educação sexual laxista, da exaltação da união de facto e desvio sexual".
Vamos por partes.
JCN não sabe, aparentemente, que a liberdade de costumes não é adultério, promiscuidade nem luxúria. Para começar, porque o adultério pressupõe casamento ou relação afim. Caso contrário não existe. E promiscuidade e luxúria parecem-me mais razoáveis no contexto dum debate sobre religião do que num debate sobre sociedade. É claro que pode ter a ideia de que o sexo que não tenha como objectivo a reprodução seja uma coisa má. Mas se assim for então estamos conversados.
Mas para além disto, JCN enumera uma espécie de lista negra na qual inclui o divórcio, o aborto, a eutanásia, a contracepção, a clonagem, a educação sexual (laxista), a união de facto e o desvio sexual.
Eu sou divorciado. Dou-me muito bem com a minha ex-mulher e estou muito tempo com a minha filha (aliás, normalmente estou com ela todos os dias). Se não me tivesse divorciado viveriamos os três, seguramente, muito pior. Acho que não preciso de dizer mais nada. Quanto ao aborto, o mito da vida e do ser humano continua a dar cartas. Eu não sei se JCN sabe, mas se estivermos sempre a separar as células primeiras em novos grupos. elas continuam-se a reproduzir nos mesmo tipos e não evoluem para outros tipos de células. Vida humana?! E qual é melhor? Os métodos contraceptivos ou a miséria das famílias muito numerosas? Quanto à eutanásia, parecerá melhor a JCN que alguém que sofre de uma doença qualquer em estado terminal, com sofrimento que normalmente analgésicos não conseguem eliminar,não deve poder decidir se quer morrer? A troco de quê esse sofrimento gratuito? A clonagem (pelos vistos nem com objectivos médicos) parece que também não. A educação sexual não pode ser laxista (ainda bem, mas a outra, a que não é laxista e foi prometida por aqueles que partilham as ideias de JCN, onde está?), a união de facto é um ataque à família (mesmo considerando a quantidade de famílias que vivem em união de facto e são perfeitamente felizes e equilibradas) e termina tudo com a cereja, que é o desvio sexual.
Eu não sei que propostas tem JCN, porque ele não as aponta, mas sei que há alturas em que o silêncio é de ouro. E João César das Neves perdeu uma óptima oportunidade para estar calado.
AR

Um dia no Zoo ...

Este Sábado fui ao Jardim Zoológico com a minha filha. Eu sei que a vida não está barata, mas há coisas que vão para além de qualquer explicação.
Como a minha filha já tem mais de 3 anos, pagou €8,5 de entrada e eu €11,5. Até aqui nada de mais, considerando que o bilhete permite usufruir de todos os 'Extras' que o Zoo oferece: golfinhos, reptéis, teleférico. Mas ainda assim, uma criança que ainda não fez 4 anos de idade pagar €8,5 parece-me excessivo. Adiante.
Chegada a hora do almoço, fomos comer qualquer coisa. Pizza. Estreia dela. Devo dizer que não acho particularmente indicado para uma criança tão pequena, mas dentro das ofertas relativamente plásticas, era aquela em que eu podia escolher os ingrediente e tirar a maior parte das gorduras. €25. €25? Sim, €25: pizza média, sumo de laranja natural, duas imperiais, salada de frutas.
Lá dentro, aluguei um daqueles carrinhos para os miúdos andarem e os pais não terem depois que carregar com eles ao colo. Duas horas e meia: €6. Três voltas nos carroceis: o tradicional, o safari e as chávenas. Perto de €6. Parque de estacionamento: €2. Água: €1.
Contas finais: €60 (não incluo aqui os quase dois rolos de fotografias que tirei ...).
Pergunta retórica: quantas famílias com dois filhos, por exemplo, podem ir passar um dia ao zoo?
AR

Friday, May 21, 2004

Às vezes não há pachorra ...

Costumo ler o Barnabé. Não porque com ele tenha afinidades ideológicas, mas porque sempre gostei de saber o que pensam os que pensam diferente de mim. Na mesma linha, mas por uma questão de afinidade, por estarem mais próximos das minhas próprias convicções, costumo ler O Acidental.
Por isso mesmo tenho acompanhado com interesse a disputa entre estes dois blogues e as correntes ideológicas que representam. Mas há alturas em que as posições do Barnabé são não apenas absurdas mas pecam por uma obtusidade que não compreendo em pessoas que presumo inteligentes. Vejamos.
Os crimes que se têm cometido no Iraque por soldados americanos contra prisioneiros de guerra deveriam ser julgados, não em tribunais militares americanos, mas por um Tribunal Internacional. E só não o serão porque os Estados Unidos se recusam a reconhecer a legitimidade daquele Tribunal para julgar os seus próprios militares, embora já o ache competente para julgar outros criminosos, e detém uma posição que impossibilita os outros Estados de os forçarem a aceitar a jurisdição desse tribunal. Esta posição é inaceitável e não tenho visto nenhum blog a defendê-la.
No entanto, o Barnabé tem demonstrando uma total incapacidade, o que é aliás típico da esquerda trostskista e maoísta com que se identifica, em aceitar qualquer posição contrária à sua. Tem-se, aliás, sentido muito incomodado com a questão das torturas em Portugal após o 25 de Abril de 1974.
Se militares, fossem de que quadrante político fossem, ou civis, ligados ou não a partidos políticos ou grupos revolucionários, fossem também estes de que quadrante fossem, tiverem cometido o mesmo tipo de crimes que se cometeram no Iraque, deverão ser julgados e, provadas as eventuais acusações, punidos por isso.
Porque, ao contrário da lógica que sustenta o Barnabé, a revolução não legitima o crime.
AR

Não era, não ...

Eu estou plenamente convencido que a captura de Saddam Hussein foi uma fraude. Acho que apanharam um dos 379 sósias do senhor, versão barba, e depois disseram que tinha sido ele.
Vejamos.
Se bem me lembro, a confusão que se começava a viver no Iraque há uns meses atrás era em muito responsabilidade do supra citado cavalheiro. Quando ele fosse apanhado as coisas iriam ser bastante melhores.
Então deitaram a mão ao cavalheiro, escondido num buraco obsceno, num quintal qualquer. Alguém acredita que o dono daqueles palácios todos viveria escondido num buraco? Ná ...
Só que depois de deitarem a mão ao indivíduo, as coisas começaram a piorar. Muito.
Por isso, a minha ideia é esta: Saddam ainda está livre, algures no Iraque, numa bela casa escondida mesmo ao lado das armas de destruição em massa que também ninguém consegue encontrar e fica realmente irritado quando lhe deitam a mão aos sósias ... De acordo?
AR

O mar

Sabes, quando olho para o mar penso muitas vezes naquilo que foi e não devia ter sido. Naquilo em que pomos o nosso empenho e está errado e em tudo o que o não recebe mas devia. Penso nos dias que deixamos de viver porque sim e afinal deviam ter sido porque não.
Quando olho para o mar penso naquilo que não foi e devia ter sido, no que não queriamos fazer mas devíamos. Penso naquilo para que chegamos atrasados porque estivemos a fazer outra coisa qualquer que afinal, bem vistas as coisas, nem interessava nada.
O mar. Não sei se sabes conversar com o mar mas eu aprendi e gosto muito. Se quiseres posso-te ensinar a falar com ele. O mar conversa gentilmente connosco, mesmo quando parece furioso. Conta-nos tanta coisa, já viu tanta coisa ...
Um dia disse-me que gostava de me ver, há já muito que não aparecia, que não me via por ali. Disse-lhe que devia estar enganado porque era a primeira vez que ali estava. Mas ... sabes, o mar nunca está enganado e respondeu-me que não, que já ali tinha estado muitas vezes muito tempo antes e mesmo antes disso.
Sabes, o mar ensinou-me que há semre um caminho por onde seguir e que há sempre mais uma oportunidade.
Sabes, quando converso com o mar fico sempre mais feliz. Porque o mar diz-me que vai estar sempre ali, sempre que precisar de falar com ele.
AR

Thursday, May 20, 2004

Soneto

Caminharia sobre fogo, cinzas ou brasas
Sem temor, dor, hesitação, drama,
Se me dissesses, com os olhos teus nos meus,
Que me amas.

Caminharia sobre águas, fossem rios ou mares,
E nelas flutuaria, sereno e em paz,
Se a mim teus olhos dissessem
Que me amas.

Voaria do cume da montanha
Mais alta, sem receio nem medo
Se isso me dissesses apenas

Sem mais, e tudo, e só
Nos meus olhos com os teus,
Que me amas.
AR

And the winner is ...

Agustina Bessa Luís não é, seguramente, uma das minhas preferências literárias. Aliás, devo dizer que apenas li "A Sibila" e que isso me serviu de lição. Detestei e ainda hoje acho que não tinha ponta por onde se lhe pegasse. Depois disso tentei ler algumas das coisas que escrevia n' "O Independente". O mesmo resultado.
Mas Agustina é uma referência no universo literário português contemporâneo, pelo que aceito que o problema possa ser meu.
Por isso, o Prémio Camões com certeza lhe foi bem atribuído.
AR

Wednesday, May 19, 2004

O tronco e o argueiro

Vi com indescritível horror e repulsa as imagens dos abusos e crimes cometidos pelas tropas de ocupação no Iraque. E soube, com igual repulsa, dos mesmos crimes cometidos durante o PREC, por militares de esquerda contra presos políticos.
Percorri com algum interesse outros blogs e aquilo que constatei foi que os blogs de esquerda falam dos crimes do Iraque e os de direita falam dos do PREC. Ressalve-se O Acidental, que refere os dois.
Pergunta retórica: não haverá vergonha em nenhum dos lados?
AR

Tuesday, May 18, 2004

In Principium

Começar não é fácil. Recomeçar costuma ser mais difícil. Terminada a aventura d' A Quinta Coluna, o vazio força-me a continuar.
E porque ainda tenho demónios a exorcizar, aqui estou, falando para mim.
AR