Às vezes não há pachorra ...
Costumo ler o Barnabé. Não porque com ele tenha afinidades ideológicas, mas porque sempre gostei de saber o que pensam os que pensam diferente de mim. Na mesma linha, mas por uma questão de afinidade, por estarem mais próximos das minhas próprias convicções, costumo ler O Acidental.
Por isso mesmo tenho acompanhado com interesse a disputa entre estes dois blogues e as correntes ideológicas que representam. Mas há alturas em que as posições do Barnabé são não apenas absurdas mas pecam por uma obtusidade que não compreendo em pessoas que presumo inteligentes. Vejamos.
Os crimes que se têm cometido no Iraque por soldados americanos contra prisioneiros de guerra deveriam ser julgados, não em tribunais militares americanos, mas por um Tribunal Internacional. E só não o serão porque os Estados Unidos se recusam a reconhecer a legitimidade daquele Tribunal para julgar os seus próprios militares, embora já o ache competente para julgar outros criminosos, e detém uma posição que impossibilita os outros Estados de os forçarem a aceitar a jurisdição desse tribunal. Esta posição é inaceitável e não tenho visto nenhum blog a defendê-la.
No entanto, o Barnabé tem demonstrando uma total incapacidade, o que é aliás típico da esquerda trostskista e maoísta com que se identifica, em aceitar qualquer posição contrária à sua. Tem-se, aliás, sentido muito incomodado com a questão das torturas em Portugal após o 25 de Abril de 1974.
Se militares, fossem de que quadrante político fossem, ou civis, ligados ou não a partidos políticos ou grupos revolucionários, fossem também estes de que quadrante fossem, tiverem cometido o mesmo tipo de crimes que se cometeram no Iraque, deverão ser julgados e, provadas as eventuais acusações, punidos por isso.
Porque, ao contrário da lógica que sustenta o Barnabé, a revolução não legitima o crime.
AR
<< Home