Divagações XIII

"The story of Zeus transforming himself into a swan so that he might couple with Leda, they call myth, but the tale about a holy ghost impregnating a virgin, they believe..."

Anonymous

Divagações XII

1) Miguel Sousa Tavares pondera, também ele, abandonar a TVI. Se o fizer, perde aquela estação as suas mais importantes (digo eu) mais valias. A credibilidade (pouca) que foi ganhando arduamente nos últimos anos arrisca-se a ser perdida numa semana. Provavelmente voltará a ser, exclusivamente, a estação das novelas e das quintas. Sic transit gloria mundi (esta tirada tem que ser traduzida a PSL, que não deve saber do que se trata).
2) A decisão da Alta Autoridade para a Comunicação Social de abrir um processo sobre os comentários semanais de MRS seria de nos levar às lágrimas não fora a gravidade do assunto. Eu posso estar enganado, mas as perseguições por delito de opinião não é suposto terem terminado há 30 anos?
3) Será que alguém teria a amabilidade de chamar aqueles senhores que têm andado aos tiros na Guiné para cá virem fazer uma pequena limpeza?

AR

A Canalha

Tem sido raro escrever mais do que uma vez por dia. Mas a saída de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI exige-mo.
Sou militante do PSD por convicção ideológica, embora duvide que o meu partido seja, de facto, Social Democrata. Mas, acima de tudo, prezo a Democracia e a Liberdade. Aliás, não consigo conceber viver num sítio qualquer que não seja em Democracia e com Liberdade.
Não tenho, por isso, pejo em dizer que a mais rastejante canalha que desde 1976 passou pela política portuguesa se encontra a governar Portugal. E entristece-me profundamente que uma parte muito significativa dessa canalha seja do meu partido.
Ainda hoje me custa a acreditar que Pedro Santana Lopes seja o Presidente do PSD. Dele sei que, para além das Santanetes ou, como também conhecidas nos mentideros da Câmara de Lisboa, 'Meninas do Bico', se esmerou em acabar com o que restava das finanças do município, não deixa obra feita nem planeada, mas apenas um enorme alívio com a sua partida. É o exemplo do político que nunca deveria ter chegado a lado nenhum. Infelizmente mostra à saciedade a pocilga em que chafurda a política portuguesa.
Que a TVI tenha cedido a uma pressão torpe, para afastar uma das vozes mais críticas (e correctas) da confusão que é este governo, é apenas um sinal de que a Sociedade Civil, que muitos gostam de estar sempre a invocar, não existe. Está dependente das benesses e simpatias do poder e não lhe é, como deveria, um contraponto.
Enoja-me que o meu partido seja liderado por esta cambada. Resta-me, com e como outros, fazer-lhes frente.

AR

Retorno

Podem, todos os que temeram o meu desaparecimento prematuro da face do planeta, descansar: não morri. Não. O que se passou foi que depois de um período de intenso trabalho (ainda estou à espera que alguém tenha a lata de dizer à minha frente que funcionário público não trabalha ...) decidi tomar uns poucos dias de descanso. E não fora um conjunto de aleivosias terem sido lançadas na Praça Pública teria eu mantido o meu silêncio durante alguns dias mais. Mas não resisto.
1) O senhor ministro dos Assuntos Parlamentares sofre de um profundo e evidente atraso mental. Facto. Para além do drama pessoal e familiar isso não seria motivo de comentário não se desse o caso de ele exercer as funções que exerce. A ideia, tão ao gosto da Direita que se esconde atrás do Ministro Portas e seus apaniguados, de calar quem se lhe opõe só não choca porque de um Governo de Santana Lopes se espera tudo. E isto ainda agora começou ...
2) Depois de as primeiras Secretarias de Estado se terem instalado fora de Lisboa, eu recomendaria a deslocalização do primeiro ministério: o da Educação, para a 5ª Dimensão.
3) Parece que Santana Lopes esteve à beira da primeira remodelação. Parece-me bem. Conhecendo a criatura como conheço, não me espanta. Enquanto Lisboa teve a infelicidade de o ter como Presidente da Câmara, foi raro o mês em que não houve alteração de competências dos Vereadores. Estamos conversados.
4) Os nossos Paralímpicos tiveram uma prestação que considero brilhante. Principalmente se considerarmos os apoios (ou, melhor dizendo, a falta de) que têm tido.

AR